Na foto, a escritora e membro da Academia de Letras de Campos do Jordão, Adriana Harger, com sua gata Nina
Um livro, uma criança e uma rede – está formado o triângulo perfeito. No alto, as folhas das árvores; em volta, o aconchego da sombra natural; por dentro, letras, palavras e frases criando imagens e sonhos. Foi assim que a escritora e Acadêmica Adriana Harger entrou no mundo da leitura, um gosto que se prolongou pela vida.

“Cresci dentro da Biblioteca Municipal”, conta Adriana. Durante a adolescência, “a literatura que não tinha em casa ia buscar na Biblioteca Municipal e encontrava”.
Também aconteceu nessa época a “descoberta” de Drummond. O poeta “morreu quando eu ainda era adolescente, no dia do meu aniversário; foi um autor que entrou na minha vida, via TV, e nunca mais saiu”. Adriana ainda não tinha consciência disso, mas começava ali a formação de uma biblioteca pessoal que até hoje equilibra, com delicadeza, razão e emoção.
A família sempre passava as férias em Ubatuba, que na época tinha uma ótima livraria, a Costa Verde. Adriana comprava um livro para ler nas férias e um outro para trazer e ler na sua volta para Campos do Jordão.
Depois de “devorar” muitos livros da “Coleção Vagalume”, da Editora Ática, série que influenciou toda uma geração, chegou o momento de ir para a universidade.
Fez o curso de Inglês na Faculdade de Letras de Taubaté, quando, segundo Adriana, “entrei de verdade na literatura”, com acesso às obras de autores como Jane Austen, Emily Brontë ou Nathaniel Hawthorne, autor de “A letra escarlate”.
O contato mais intenso com o mundo das letras definiu, com contornos nítidos, suas preferências literárias: Adriana, suas leituras e sua biblioteca pessoal ganharam a presença permanente de cinco autores favoritos: Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, Cecília Meirelles e Edgar Allan Poe.
Já vimos como foi a “chegada” de Drummond. Bandeira teve tuberculose e, embora tenha se tratado em Davos (Suíça), faz referência a Campos do Jordão em textos poéticos, pois veio para visitar amigos na cidade. Fernando Pessoa entrou pela Universidade e também ficou. Cecília Meirelles marca presença pela poesia feminina, “é uma leitura que faz ficar bem”. E a intrigante escrita de Poe ficou como uma porta aberta para o mundo.
Adriana também começou a escrever cedo; há pouco tempo, sua mãe encontrou e lhe mostrou um caderno com o título “Minhas Poesias”, do tempo em que ela tinha 7 ou 8 anos de idade. Aos 12 anos escrevia apenas para si própria, até que, aos 15 anos, ganhou coragem e inscreveu um texto num concurso em Ubatuba – não ganhou, mas o destino estava traçado.
Hoje a escrita clara e cristalina de Adriana Harger está presente em poesias, crônicas e até em textos de literatura infantil (que começou escrevendo para os filhos). A autora tem no momento mais de 250 poemas prontos. Seus dois focos literários são poemas intimistas ou poemas sobre a natureza, que será o tema de seu próximo livro. Aguardaremos!
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