Caminhoneiro afirma ter sido agredido por policiais militares em Campos do Jordão; policiais negam acusação

O filho do casal, muito assustado gritava no colo da mãe que estavam batendo em seu pai.

Por Cláudio Borges

Um caminhoneiro afirma ter sido agredido por policiais militares que faziam parte da “Operação Inverno” na tarde deste sábado (3) em Campos do Jordão (SP). A esposa do caminhoneiro também teria sido agredida. Os policiais negam.
Segundo o caminhoneiro a agressão aconteceu no fim da tarde no bairro Abernessia, centro comercial da cidade.

Eram por volta das 17h40 quando o caminhoneiro afirma que parou o carro na avenida Frei Orestes, em frente ao Banco do Brasil, após perceber que policiais militares haviam abordado um colega seu, caminhoneiro , que não tem uma das pernas , em frente ao banco Itaú. Segundo ele, desceu de seu automóvel e teria ido até o local ver qual a razão da abordagem ao colega, deficiente físico, e , ao retornar a seu carro, teria, no caminho, cuspido no chão, o que um dos policiais teria entendido como desacato e em razão disso teria iniciado uma série de agressões físicas ,pegando o caminhoneiro pelo pescoço e jogando seu corpo contra a parede do Banco do Brasil, além de agressões verbais, o chamando de bandido e baiano .Sua esposa que estava com o filho do casal, uma criança de colo de pouco menos de dois anos, ao perceber o que acontecia, desceu do carro e aos gritos pedia que os policiais parassem com as agressões, dizendo que eles
deveriam prender bandidos e não agredir a um trabalhador. Neste momento, segundo a mulher , ela também foi agredida por um dos policiais que teria puxado seu cabelo pelo menos duas vezes . O filho do casal, muito assustado gritava no colo da mãe que estavam batendo em seu pai. Ao presenciar a cena da criança chorando muito , a gerente de uma loja próxima ao local pegou a criança e a levou para dentro do estabelecimento comercial.
Segundo o caminhoneiro, que recebeu voz de prisão, as agressões continuaram no momento em que foi colocado na viatura e na chegada ao Primeiro Distrito Policial no bairro Capivari.
Ao chegar na delegacia para prestar apoio ao marido, um dos policiais militares deu voz de prisão a mulher por desacato.
A gerente da loja que acolheu a criança no momento da confusão, compareceu a delegacia onde, em seu depoimento ,reforçou a versão do casal acusando os policiais das agressões tanto ao caminhoneiro como a sua esposa.
O exame de corpo de delito feito no início da noite no Pronto Socorro Municipal comprovou ferimentos no caminhoneiro .
Após serem ouvidos pela autoridade policial tanto o casal foi liberado como os policiais militares , foram liberados.

Outro lado

Em depoimento prestado ao Delegado de plantão, os policiais militares, um tenente e um soldado, que não são de Campos do Jordão, afirmaram ter abordado o caminhoneiro pelo fato de o mesmo ter demonstrado nervosismo ao caminhar de forma rápida em direção a seu veículo e que, ao abordá-lo, lhe ordenaram, por algumas vezes , que colocasse as mãos na cabeça, e que o mesmo teria negado e em razão disso teriam lhe dado voz de prisão por desobediência. Ainda segundo os policiais, o caminhoneiro teria resistido ao ser algemado e se debatido no momento em que era colocado na viatura, o que teria sido as causas dos ferimentos que apresentava, inclusive tendo desferido um chute contra o peito de um dos policiais, porém o policial não apresentava ferimento aparente. Quanto a mulher, afirmaram que ela teria dito que os policiais eram todos bandidos e em razão disto, teriam dado voz de prisão a ela por desacato.

Inquérito

Caberá agora ao Delegado Titular de campões do Jordão , Dr. Luís Geraldo Ferreira determinar abertura de inquérito policial e no final decidir quem ele vai indiciar. O caminhoneiro poderá responder por desacato e os policiais por lesões corporais.

Foto tirada durante o depoimento na delegacia mostra a blusa do caminhoneiro com manchas de sangue

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