Campos do Jordão: a montanha magnífica das cervejas especiais

Campos do Jordão é muito mais que uma estância climática. Além da natureza exuberante e do clima tropical de montanha, que são seus principais atrativos, a cidade integra a Rota Cervejeira do Estado de São Paulo. É apenas mais uma vocação turística reconhecida oficialmente e que serve de estímulo para você subir a serra o ano inteiro, não apenas no inverno.

A inclusão aconteceu durante o Mondial de la Biere – Festival Internacional de Cervejas, realizado em 2019 no Rio de Janeiro. Além de Campos do Jordão, as vizinhas Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí também entraram no roteiro. E para celebrar esse reconhecimento do governo de São Paulo, vamos apresentar agora alguns dos visionários que há tempos contribuem para transformar a serra da Mantiqueira na Montanha das Cervejas.

Gard – a cerveja da fazenda

Quem resiste ver a espuma se formar e o copo embaçar lentamente enquanto a bebida é servida? Uma imagem que enche os olhos e desperta o desejo de experimentar. Mas para Júlio Carvalho a paixão foi além do sabor. Em 2016, ele e o primo resolveram fabricar a própria cerveja. “Foi uma conversa de cocheira, afinal, sou apaixonado por cavalos também. Na época a intenção era apenas para consumo próprio. Compramos os equipamentos e montamos a Microcervejaria Gard. Neto de dinamarqueses, ele decidiu produzir a Timavé Dark Larger, uma cerveja clássica da Tchecoslováquia, escura e leve, com 4,9% de malte.

A princípio somente os amigos tinham a chance de saborear, mas após críticas muito positivas em feiras especializadas, a dupla conseguiu todas as licenças e começou a comercializar o produto. Como a pequena fábrica fica na fazenda da família, dentro do horto florestal de Campos do Jordão, Júlio decidiu abrir as portas da propriedade e proporcionar uma experiência cervejeira integrada à natureza. Trata-se de uma Farm Brewery, cervejaria de fazenda, onde as pessoas interagem com cavalos da raça crioulo, uma vaca leiteira e também com um galo músico brasileiro, raça que canta comprido! É uma diversão para a família inteira, principalmente as crianças.

Há dois anos a Gard está aberta ao público. Somente no mês de julho, cerca de 500 pessoas conheceram a microcervejaria, que hoje produz de forma artesanal sete tipos de cerveja. Além da Timavé, a India Pale Ale, que é mais amarga e lupulada, também é sucesso entre os visitantes. A ausência de produtos químicos ou conservantes torna o sabor especial, diferenciado. Por mês são fabricados cerca de 2.500 litros de cerveja. As garrafas de 310 ml custam R$18 reais e o copo de 600 ml, R$ 25 reais.

Júlio aplaudiu a decisão do governo paulista de criar a rota cervejeira da Mantiqueira, mas defendeu a criação de um roteiro sustentável. “Acho viável promover excursões individuais ou com pequenos grupos de visitantes”. Ele também espera que a rota não seja feita em apenas um dia.

“Disneylândia” dos cervejeiros

Na estrada do hotel Toriba, existe uma área de 350 mil metros quadrados foi transformado no maior complexo cervejeiro do país. Trata-se do Parque da Cerveja. São 30 mil metros quadrados de área útil onde o turista pode viver 27 experiências diferentes com a bebida, desde visitas guiadas até aulas sobre as técnicas de produção.

Dentro da propriedade existe uma cachoeira que poderá ser visitada. Oito para integrar os visitantes com a natureza.

Santo Antônio das cervejas artesanais

A 1.080 metros acima do nível do mar, A pequena Santo Antônio do Pinhal é um oásis na serra da Mantiqueira. São 133 quilômetros quadrados de muito verde onde vivem pouco mais de seis mil e 500 privilegiados. Mas além da população local é cada vez maior o número de turistas que a visitam não apenas pelas belezas naturais. A cidade também desponta como polo cervejeiro.

Existem seis microcervejarias, que juntas produzem cerca de 10 mil litros por mês. Há três anos foi criada a Associação dos Cervejeiros de Santo Antônio do Pinhal com o propósito de incentivar a cultura da cerveja, pouco difundida no Brasil, como atração turística. A intenção era abrir as portas das fábricas para visitação. Restaurantes que produzem a própria cerveja também entrariam no projeto. Em julho, a ideia saiu do papel com a criação do primeiro roteiro cervejeiro da região.
“Criamos uma parceria com uma operadora de turismo que oferece nas agências de viagens o nosso roteiro”, explica Paula Simionato, presidente da Associação. Segundo ela, participam do projeto as microcervejarias Krios, Carijó e Araukarien. A visitação em cada uma delas dura cerca de uma hora e meia, período em que são apresentados todos os processos da produção. Workshops também são realizados paralelamente em datas específicas para que as pessoas aprendam a fazer a própria cerveja.

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