O bate-papo com professor Tiago Machado irá discutir a democracia nos espaços culturais, seguindo a proposta da 17ª Primavera de Museus que celebra “Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas”. Assim, em meio às múltiplas demandas que conformam o Museu, destaca-se, ao longo das últimas décadas, dois vetores importantes. De um lado, observa-se a crescente pressão pela abertura dos espaços expositivos às pessoas marginalizadas, às minorias, aos objetos e temas provenientes das culturas não-europeias, resultando em curadorias que poderíamos resumir como decoloniais ou identitárias. Algo que resultou em uma bem-vinda ampliação dos referencias artísticos e culturais presentes no mundo da arte contemporânea. Por outro lado, é possível notar uma pressão para que o Museu faça parte da vida cultural de uma cidade ou país através de injunções econômicas tais como a revitalização urbana de um bairro considerado degradado pela administração pública ou o apelo à dinamização do turismo, colocando o Museu em uma procura incessante por mais público, ou ainda com os desafios orçamentários que envolvem a sua manutenção. Assim, a questão que se apresenta neste cenário em que novos objetos, temas, personagens e profissionais são enquadrados por uma instituição cada vez mais vulnerável às pressões econômicas é a seguinte: em que medida poderíamos compreender o espaço dos Museus contemporâneos como espaços democráticos? Seriam esses espaços capazes de produzir uma participação ampla e igualitária ou estariam condenados a serem espaços de mera representação da diversidade?

Local: Youtube (youtube.com/museufelicialeirner)