Era réveillon do ano 2000, há 23 anos, que Campos do Jordão vivia o drama de enterrar seus mortos vítimas dos deslizamentos de terra ocasionados pelo alto índice de chuvas, foram mais de 400 milímetros em 3 dias que fez com que as encostas, em grande parte ocupadas por invasões, colapsassem e deslizassem, soterrando ao menos 20 pessoas, das quais 8 perderam a vida. Segundo reportagem da época do jornal Folha de São Paulo, uma mulher foi encontrada boiando no Rio Capivari.
Milhares ficaram desabrigados e alguns perderam a vida

Campos do Jordão ficou em estado de calamidade pública. Isso significa que o município, sozinho, não tinha como atender as emergências da população local. Decretada pela prefeitura, a calamidade foi homologada pelo governo estadual, que passou a fornecer auxílio em dinheiro, alimentos e medicamentos.
O número de desabrigados alojados em prédios públicos chegou a 1.700 pessoas, o total de moradores que não tinham para onde ir superou os 3.000.
O que mudou de 23 anos atrás até hoje?
Pouco mudou nessas 2 décadas e 5 governos que nos divide entre o dia de hoje e a tragédia de 2000 e poucas foram as evoluções para assegurar habitação digna e segura para população mais carente da “Suiça Brasileira”.
Através do CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, conjuntos habitacionais foram construídos; Áreas foram “congeladas” e hoje a própria natureza se encarregou de providenciar a importante cobertura vegetal que evita deslizamentos, mas milhares ainda moram em áreas de alto risco, em moradias precarias e vivem verdadeiros pesadelos a cada chuva mais forte ou períodos de chuvas prolongadas.
Dos oito mortos, cinco foram encontrados no Britador, bairro mais atingido pelos deslizamentos. Em 2023 o bairro segue com moradias literalmente penduradas no morro. Vila Santo Antônio e Vila Albertina também foram atingidas na ocasião e tiveram vítimas.
Na época, a Defesa Civil relatou mais de 103 feridos e 428 casas foram destruídas.