Metaverso é a terminologia para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de “realidade virtual”, “realidade aumentada” e Internet.
O termo Metaverso é atribuída a Neal Stephenson, que citou pela primeira vez o termo no seu livro Snow Crash (Publicado no Brasil como Snow Crash e Nevasca), de 1992. No livro de ficção científica, a palavra se referia à um mundo virtual em 3D, habitado por avatares de pessoas reais.
Apesar da criação do termo ser atribuída à Stephenson, a ideia de um mundo virtual está presente na ficção há bastante tempo e em diversas formas. Filmes como Matrix, Tron e o recente Ready Player One, inspirado no livro de Ernest Cline, são três universos altamente populares que abordam o conceito de Metaverso em diferentes formas.
O empreendimento do futuro
A ideia de gastar milhões em um terreno que só existe na internet pode parecer ridícula, mas a euforia desencadeada pelo metaverso está incentivando muitos investidores a comprar imóveis digitais.
Na primeira semana de dezembro, a empresa de Nova York, Republic Realm, anunciou um acordo de US$ 4,3 milhões (R$ 24,3 milhões) para comprar terrenos digitais no The Sandbox, um dos vários sites do “mundo virtual” onde as pessoas podem socializar, jogar ou ir a shows.
No final de novembro, a empresa canadense de criptomoedas Tokens.com adquiriu um terreno na plataforma rival Decentraland por US$ 2,4 milhões (R$ 13,5 milhões). Dias antes, Barbados havia anunciado um plano para abrir uma “embaixada do metaverso” em Decentraland.
Esses tipos de portais são promovidos como protótipos do metaverso, uma internet do futuro onde as experiências online atuais, como conversar com um amigo, parecerão cara a cara graças a dispositivos de realidade virtual.
A palavra Metaverso está em alta há meses no Vale do Silício, desde que a empresa-mãe do Facebook mudou o nome para Meta, como já abordamos anteriormente. Essa mudança de nome “introduziu o termo Metaverso para milhões de pessoas muito mais rápido do que se podia imaginar”, diz Cathy Hackl, consultora de tecnologia que aconselha empresas a entrar no metaverso.
O site de dados Dapp apura que, na última semana, foram vendidos terrenos virtuais avaliados em mais de 100 milhões de dólares nos quatro principais ambientes do metaverso: The Sandbox, Decentraland, CryptoVoxels e Somnium Space.
Hackl não se surpreende com esse boom, que é acompanhado pelo desenvolvimento de todo um ecossistema imobiliário digital, de incorporadoras a locadoras: “Você pode construir, alugar ou vender”, diz Hackl.
A Quinta Avenida virtual
A Tokens.com comprou um excelente pacote no bairro Fashion Street da Decentraland, que a plataforma quer promover como sede de lojas virtuais de marcas de luxo.
“Se eu não tivesse investigado e entendido que esta é uma propriedade valiosa, isso pareceria absolutamente insano”, admite o CEO da Tokens.com, Andrew Kiguel.
Para ele que passou 20 anos trabalhando com investimentos com foco no mercado imobiliário, a operação da Decentraland rege-se pelos mesmos critérios da vida real: é um espaço moderno e movimentado. “É um espaço de publicidade e eventos onde as pessoas vão se reunir”, disse, tomando como exemplo um recente festival de música na plataforma que atraiu 50 mil espectadores. Marcas de luxo estão começando a entrar nesse mundo paralelo: uma bolsa Gucci virtual foi vendida na plataforma Roblox por um preço mais alto que a versão real.
Kiguel espera que a Fashion Street se transforme em uma espécie de Quinta Avenida em Nova York. “Seu terreno pode lhe render muito dinheiro como espaço publicitário para a vendas de itens e locação para desfiles e lançamentos”, explica.
Fonte: AFP/ Getty Images