Dois policiais militares que estavam em uma viatura foram alvejados por tiros enquanto atendiam a uma ocorrência na tarde desta quarta-feira (2), em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, conforme informações da SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Em resposta ao ataque, a Secretaria da Segurança Pública declarou que a Operação Escudo será intensificada na região. A operação foi iniciada pela Polícia Militar de São Paulo após a morte do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Patrick Reis, no dia 27. Nesta quarta-feira, foram confirmadas informações de que pelo menos 16 pessoas foram mortas durante a operação em Guarujá e Santos.
Segundo a SSP, os dois policiais militares, de 39 e 40 anos, foram alvos de uma tentativa de homicídio após serem chamados pelo Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) para atender a uma ocorrência em que suspeitos estariam armados no Conjunto Habitacional Nova Caraguá 1. De acordo com a pasta, os policiais foram atingidos por tiros no local e revidaram, mas os criminosos conseguiram fugir, e ninguém ficou ferido.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio na Delegacia de Caraguatatuba, que está investigando o incidente. O 20º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior) deflagrou a Operação Escudo na região para tentar localizar os responsáveis. As diligências estão em andamento.
A operação, que deve se estender por um mês na Baixada Santista, já é considerada a mais letal desde o massacre do Carandiru. Entre os mortos estão um homem considerado indigente, um garçom e um ajudante de pedreiro.
A ação policial tem sido criticada por alegações de excessos, incluindo relatos de tortura e ameaças à população local. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, têm negado as acusações. Enquanto o governador expressou satisfação com a operação, Derrite afirmou que os relatos de abusos e torturas não passam de narrativas.
Balanço da Operação Escudo
Até essa quinta-feira a Polícia Militar prendeu 84 pessoas em seis dias de Operação Escudo, entre 28 de julho e 2 de agosto. Deste total, 54 foram presos em flagrante e 30 foragidos da Justiça, capturados. Além disso, quatro adolescentes foram apreendidos.
Em seis dias de operação a polícia vistoriou 2.155 automóveis, dos quais 152 foram removidos, e 1.143 motocicletas, das quais 117 foram recolhidas. Dez veículos com queixa de furto ou roubo foram localizados. Até ontem (1) foram apreendidas 21 armas, entre pistolas e fuzis.
