O que é o Slack?
A Slack Technologies Inc., fundada por Stewart Butterfield, é reconhecida mundialmente por sua plataforma de comunicação corporativa de mesmo nome (leia-se Slack app), integrando diversos serviços e aplicativos em um único lugar para facilitar a comunicação entre grupos e empresas.
Sua sede está estabelecida na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, com escritórios no Canadá, Irlanda, Austrália, Japão e Índia. A atuação da companhia já alcança mais de 150 países ao redor do mundo.
O Slack atualmente possui mais de 12 milhões de contas ativas, sendo utilizado desde grandes companhias até os pequenos comércios de bairro.
Praticamente onipresente, o Slack pode ser utilizado no Linux, Windows, MAC, IOS, Android e até no Windows Phone.
Uma segunda chance chamada programação
O futuro chegou e trouxe inovações, como o metaverso, IOT e automação de operações em vários segmentos. Embora seja notável o interesse das pessoas por carreiras ligadas à tecnologia, a situação é que ainda falta mão de obra qualificada.
Entre as estratégias para ampliar o acesso ao setor — e, ao mesmo tempo, fisgar bons profissionais — empresas estão apostando em iniciativas focadas, por exemplo, em grupos de baixa renda e sem formação universitária.
Entretanto, o Slack enxergou uma oportunidade diferente, que está ajudando ex-detentos a desenvolverem uma carreira no mundo tech.
A ideia surgiu quando Stewart Butterfield, CEO do Slack, estava em um evento empresarial no qual o palestrante contava sua experiência na defesa de um homem no corredor da morte. Butterfield, neste momento, disse ter ficado “profundamente comovido” com a história.
Meses depois, um grupo de executivos da companhia visitou a prisão de San Quentin, nos EUA, para as primeiras avaliações.
Naquele momento nascia o “Slack For Good”, divisão filantrópica da Slack com foco em trazer pessoas sub-representadas para o mercado de tecnologia. E como funciona?
1. Após passar em um processo seletivo, os aprovados realizam um bootcamp (treinamento em campo) intensivo de oito meses no Hack Reactor, considerado um dos programas para desenvolvedores mais importantes dos EUA.
2. No passo seguinte a pessoa é contratada por uma das várias empresas de tecnologia parceiras, como o Dropbox, Paypal, Stash, Zoom, Square (firma financeira de Jack Dorsey, fundador do Twitter). O participante então é incorporado a seus times de engenharia, em novos projetos.
3. Os participantes têm bolsa de subsistência do Slack durante o bootcamp , além de salário pago pelas firmas parceiras, quando contratados — a ideia é evitar que as pessoas precisem ter um segundo emprego para complementar a renda.
Todo o processo é acompanhado por um diretor, um gerente técnico e um coach de carreira, que também ajudam os aprendizes em assuntos técnicos, cultura das companhias e metas profissionais. Vale dizer que existe toda uma preparação antecipada das empresas, com reuniões e treinamentos especiais, para tornar o ambiente de trabalho acolhedor para os novatos.
E vale saber: existe uma parcela da população carcerária que está presa há muitos anos e, por isso, não teve acesso a tecnologias básicas, como internet, computadores modernos e smartphones. Assim, em alguns casos, é preciso preparar este grupo com princípios bem simples de usuário até chegar a técnicas mais avançadas de programação.
OBSTÁCULOS NO PERCURSO
A desconfiança dos times em relação a um colega de trabalho que é ex-detento foi outra pedra no sapato dos executivos do Slack, no início do programa. Além disso, algumas empresas dos EUA têm políticas que proíbem ex-presidiários de acessarem dados de clientes, limitando um pouco as atividades.
Mesmo assim, Deepti Rohatgi, fundadora e diretora executiva do Slack For Good, considera o investimento um sucesso, tendo acumulado dezenas de contratações, desde seu início. O Slack lançou há pouco tempo uma extensão do programa, chamada de “Rework Reentry”, que estimula outras empresas a desenvolverem projetos similares.