Moradores de Santo Antônio do Pinhal querem acionar Elektro na justiça

Por Redação Afropress

Moradores de, pelo menos cinco bairros, de Santo Antônio do Pinhal, na Serra da Mantiqueira, lançaram na quinta (26/10) uma campanha para pressionar as entidades locais – incluindo  as associações comerciais – a entrarem com Ação Civil Pública pedindo a Justiça a condenação da Elektro por dano moral coletivo por conta dos prejuízos provocados pelo “apagão” do último dia 12 de outubro.

A iniciativa é do “Movimento Luz é Vida”, que desde 2020, propõe a mobilização das comunidades atingidas. Segundo os moradores, a empresa, que tem contrato até 2028, há quase 30 anos não investe na modernização dos equipamentos que se tornaram obsoletos.

Até mesmo o trabalho de poda das árvores sob fiação, executado por empresas terceirizadas que foi interrompido. Sem um programa de manutenção e prevenção, são frequentes as situações em que a energia é interrompida pela queda de árvores na fiação, álibi que vem sendo usado pela empresa para atribuir o problema a eventos da natureza. Segundo o historiador, Zildo Silva (foto da capa), que tem livro publicado sobre a história da cidade, até 2006/2007 a concessionária, que herdou uma rede já velha da antiga CESP, mantinha uma empresa terceirizada fazendo esse tipo de serviço.  De lá prá cá, porém, o serviço deixou de ser executado.

DIÁLOGO E AÇÃO

Num primeiro momento mesmo durante a pandemia foi priorizado o diálogo. Foram feitas pelo menos três reuniões virtuais com dirigentes. Ofícios com reivindicações foram protocolados e entregues ao prefeito Anderson José Mendonça (Parrão) e ao presidente da Câmara, à época, Rafael Andrade.  Diante da ausência de respostas efetivas, os organizadores do Movimento entendem que é o momento para provocar o Judiciário e o Ministério Público, buscando uma resposta da Justiça.

A Elektro Neonergia pertence a Iberdrola, multinacional espanhola e, no ano passado, teve faturamento de R$ 4,7 bilhões.

O QUE FOI

O “apagão” atingiu Santo Antônio, São Bento e parte de Campos do Jordão, localidades atendidas pela concessionária, em pleno feriadão, que começou na quinta (Dia da Padroeira do Brasil) e se estendeu até domingo, quando as cidades ficaram lotadas de turistas.  Em várias regiões de Santo Antônio e de São Bento, a luz só foi restabelecida  depois de mais de 30 horas.

Os prejuízos sofridos pela população em geral, por pousadas e casas de locação por temporada (Airbnb, Booking, principalmente) ainda estão sendo contabilizados.

CAMPANHA

A campanha consiste em reuniões nos bairros para levantar os prejuízos e no lançamento de um abaixo-assinado pedindo a união da população e iniciativas  do Poder Público (Prefeitura e Câmara) para pressionar a concessionária a melhorar os serviços. “Ninguém aguenta mais o descaso da Elektro” é o título do documento.

Durante todo o mês de novembro serão coletadas assinaturas de forma física e virtual. A meta é recolher pelo menos mil assinaturas.

Na primeira semana de dezembro será pedida audiência ao prefeito Anderson Parrão e ao presidente da Câmara, Adriano dos Santos, para a entrega das assinaturas.

Além da Ação Civil Pública, a campanha orientará as pessoas a levantar os prejuízos sofridos nos últimos dois anos, e a procurarem um advogado de confiança para entrar  com ação de indenização por danos materiais e morais.

A outra proposta é que as entidades e associações acionem o Ministério Público da Comarca pedindo a instauração de Inquérito Civil Público para apurar a violação das cláusulas do contrato de concessão e os prejuízos provocados a milhares de consumidores de Santo Antônio e região da Mantiqueira.

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